Dede menino criado na fazendo era visível o amor e a habilidade com os cavalos e isto o levou a iniciar a sua trajetória como Jockey no Jockey club de Barretos. Apadrinhado pelo Sr. Zequinha Amendola, foi para Goiânia fazer o que mais gostava cuidar dos cavalos de corrida e lá desenvolveu a sua maior habilidade, se manter em cima dos cavalos ainda sem doma. Como sua carreira de jockey já estava finalizando e cresceu um desejo de continuar

A jornada no rodeio do lendário Osmar Marchi começou em 1963. Naquele ano, ele pisou pela primeira vez em uma arena, um jovem Barretense com o coração repleto de sonhos e uma coragem que já se fazia notar. Naquele primeiro rodeio, conquistou um notável terceiro lugar. Para muitos, um bom começo. Para o destino, era um prenúncio, o primeiro acorde de uma sinfonia de vitórias que estava por vir .

Foi na arena sagrada de sua cidade natal que Osmar cravou seu nome na eternidade. Em 1966, o grito de “campeão” ecoou pela primeira vez, consagrando o talento bruto e a técnica impecável daquele que parecia dançar com o cavalo. Nesta mesma época foi consagrado campeão por 28 vezes consecutivas em todo o Brasil.

 Em 1967, ele repetiu o feito, não como uma surpresa, mas como uma afirmação. O bicampeonato era a prova de que um novo rei reinava na modalidade mais clássica e desafiadora do rodeio.

Mas talvez o feito mais impressionante, que revela a verdadeira dimensão de sua lenda, não seja apenas o brilho das vitórias, mas a luz constante de sua excelência. Em todas as suas 15 participações no rodeio de Barretos, ele sempre disputou as finais da competição. Quinze vezes entre os melhores. Quinze vezes no auge. Isso não é apenas talento; é uma consistência divina, um testamento de uma resiliência sobre-humana, uma dedicação que beirava o sagrado e uma conexão com os animais que poucos poderiam compreender.

Sua glória não se limitou a Barretos. Ele foi campeão em rodeios de mais de 100 cidades, levando o nome de sua terra e a arte do Cutiano para todos os cantos do país. Em 1979, após uma carreira brilhante, Marchi se despediu das arenas. Mas ele não deixou a vida sertaneja. Tornou-se tropeiro, continuando sua lida diária com os animais. Ele não abandonou sua essência; ele apenas a aprofundou. Trocou os aplausos da multidão pelo silêncio respeitoso do campo, provando que sua alma era, e sempre seria, sertaneja.

Sua história era tão grandiosa que não cabia apenas nos anais do rodeio; ela transbordou para a música. A dupla “Os Jassanãs” o imortalizou na canção “Primeiro Rodeio Furação”, um tributo que transformou suas conquistas em verso e melodia para que jamais fossem esquecidas.

A saga de Osmar Marchi é um evangelho de coragem, fé e determinação. Ele nos ensina que a verdadeira grandeza não está apenas em chegar ao topo, mas em permanecer lá, com humildade e trabalho duro. Que sua jornada inspire a todos que têm um sonho a persegui-lo com a paixão de um Barretense defendendo sua casa, com a resiliência de quem enfrenta 15 finais e com a certeza de que um legado construído com honra e dedicação é eterno. Osmar Marchi não é apenas um campeão; ele é a alma do Cutiano. Ele é Barretos.